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Além do ChatGPT: o que diz um criador de robôs sobre a ideia de máquinas com inteligência humana

07 de Maio de 2023 - 10:49

Ameca, o robô que impressiona por semelhança com humanos — Foto: Patrick T. Fallon/AFP

Ameca, o robô que impressiona por semelhança com humanos — Foto: Patrick T. Fallon/AFP

O lançamento do robô conversador ChatGPT no fim de 2022 levou muitas pessoas a se perguntarem o que será de seus empregos no futuro. Isso porque a ferramenta consegue escrever, programar e até dar conselhos.

Mas o ChatGPT pode ser só o começo de algo mais complexo. Para Ben Goertzel, um dos criadores do robô Sophia, que ficou famosa há alguns anos como a mais inteligente do mundo, é possível esperar máquinas que realmente alcançam a inteligência humana.

A chamada inteligência artificial geral (AGI, na sigla em inglês) ainda não existe na prática, mas é um termo usado para tratar de sistemas que aprendem e realizam ações como seres humanos.

Isso está sendo buscado, por exemplo, pela DeepMind, área de inteligência artificial do Google, e a OpenAI, criadora do ChatGPT.

O ChatGPT está muito longe de ser uma verdadeira máquina pensante. Falta a ele a capacidade de fazer um raciocínio complexo de vários estágios ou criatividade para inventar um novo gênero de música ou literatura, por exemplo.
— Ben Goertzel, criador do robô Sophia e especialista em inteligência artificial

Ainda assim, ele alerta que muitos empregos estarão em risco com versões levemente aprimoradas desses robôs, também chamadas de modelos de linguagem grande (LLM, na sigla em inglês).

"Os sucessores do ChatGPT, mesmo os que não tiverem inteligência humana, provavelmente fariam 80% dos trabalhos humanos", opinou o pesquisador, em entrevista ao g1 durante o Web Summit Rio.

"A lição é que a maior parte do que as pessoas são pagas para fazer não requer um raciocínio complexo de vários estágios ou originalidade criativa".

Ben Goertzel, criador de robôs, durante o Web Summit Rio — Foto: Eóin Noonan/Web Summit Rio via Sportsfile

Ben Goertzel, criador de robôs, durante o Web Summit Rio — Foto: Eóin Noonan/Web Summit Rio via Sportsfile

Máquinas substituirão humanos?

A aposta de Ben Goertzel é que máquinas que pensam como humanos serão realidade no futuro próximo, num intervalo de três a oito anos. Para ele, se isso acontecer, será preciso haver uma espécie de renda básica universal que compense a perda de empregos.

"O mundo tem dinheiro suficiente para sustentar a todos, mas as pessoas nos países ricos não querem dividir seu dinheiro com outros países", afirmou Ben.

"É puramente um problema de ganância e má organização social e econômica, que eu acho que o mundo vai resolver. O problema é que o mundo será chamado muito rapidamente a uma adaptação".

Ben Goertzel é um dos criadores da Sophia, robô que ficou conhecida em 2018 como a mais inteligente do mundo
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